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sábado, 15 de março de 2014

A melhor segurança reside no medo



GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA


Estes são os slogans do Partido, a dura ditadura apresentada no livro '1984' sob o poder do Big Brother. O livro de George Orwell teve muitas interpretações. Na Europa, foi visto como uma dura crítica aos regimes nazifascistas que dominaram o continente na 1ª metade do século passado. Nos Estados Unidos, foi visto com um tragicômico retrato da extinta União Soviética e seu comunismo. Independente de visões nacionalistas e autocentradas, o livro é uma clara alfinetada a busca pelo poder e a qualquer regime totalitário.

Com slogans tão absurdamente contraditórios, seria difícil de imaginar que mesmo em uma semi-democracia corrupta como a nossa, tais ideias passariam e seriam aceitas em nossa sociedade, não é mesmo? Na verdade, não. "Ok, mas são feitas de forma muito mais sutil" - será? Vamos por partes.

GUERRA É PAZ

Na obra de Orwell, existe o conceito de "duplipensamento", que é, basicamente, aceitar mutualmente duas ideias contraditórias como verdades. A Oceânia, parte da divisão política do futuro distópico que abrange o que é hoje é a Inglaterra, se mantém em guerra com a Eurásia há anos, porém, os cidadãos agem como se tudo estivesse na mais perfeita paz, como se a guerra não lhes dissesse respeito. No nosso presente, os EUA e a OTAN fazem uso das 'guerras por precaução'. E aí está o paradoxo do slogan em nossa sociedade, porque, obviamente, é extremamente contraditório começar uma guerra tendo em vista preveni-la. 

LIBERDADE É ESCRAVIDÃO

A ideia de liberdade parece já existente, tendo sido problema de outrora, problema dos que agora já jazem sete palmos abaixo da terra. Afinal, vivemos em uma digna democracia ateniense, certo? Nós acreditamos ser livres, acreditamos que nossa democracia não mantém correntes em ninguém, acreditamos na dádiva constitucional da liberdade de expressão do fantástico mundo Ocidental. No entanto, por que mulheres não têm liberdade sobre o seu próprio corpo? Por que são chamadas de 'vadias', simplesmente porque gostam de sexo? Por que homossexuais não tem poder para se casarem com aqueles que amam? Por que menos de 1% da população mundial detêm 70% da riqueza? Quando lhe foi dado a opção de ser quem você é e não quem a sociedade e a estratificação social lhe disseram pra ser? Pulsos e tornozelos presos podem não existir mais, mas não somos livres pra voar. Você deve trabalhar pra sobreviver e, para isso, é preciso encher os bolsos dos que estão no topo da pirâmide.

IGNORÂNCIA É FORÇA

O grand finale não poderia deixar de ser este problema endêmico e que já matou mais pessoas do que todas as pandemias da História juntas. Nunca questione, não importa o quê. Acredite no sistema educacional que padroniza, enquadra, o faz repetir o que é dito e não pensar; nos governos e suas razões precauciosas, na História reformulada pelos vitorianos, na Santa Igreja, na mídia. 

Tente lutar contra qualquer um desses princípios e você será julgado e 'reabilitado' pela sociedade. Nós somos, ambos, os prisioneiros e os carcereiros, constantemente nos vigiando e vigiando aos outros, mantendo sistemas antiquados em vigor. A guerra é paz. Você talvez acredite que não se encaixa nesse padrão, mas somos todos programados e manipulados, do nascimento à morte. A liberdade é escravidão. Cabe a você cortar, ou não as cordas. Lembre-se de que o único lugar em que você pode ser realmente livre é a sua mente. A ignorância é força. 

Plim plim. 

quarta-feira, 12 de março de 2014

O significado do triângulo

Por quê um triângulo?


Desde que fiz a tatuagem do triângulo, muitos me perguntam isso; e eu sempre disse que um dia explicaria, então, aqui está. Vou tentar resumir.

Antes de mais nada, eu sempre fui fascinado por formas geométricas (acho que isso fica bem claro pelo design desse site), principalmente triângulos. Na História, teve incontáveis significados para os mais diferentes povos e organizações: egípcios, celtas, até mesmo para a Igreja. Mais do que qualquer outra forma geométrica, várias imagens podem ser relacionadas de forma figurativa com um triângulo, desde a simples seta até os sexos biológicos.

O triângulo que agora é meu símbolo, com um corte no meio e com traços simples, é uma representação do Olho que Tudo Vê em conjunto com o meu número, o 237. A figura é composta por 2 partes, tendo 3 lados (se visto como uma figura única) e 7 lados se visto como partes separadas. É um triângulo sobre uma base quadrada, logo, uma pirâmide.

Existe uma forte noção de equilíbrio e estabilidade na figura da pirâmide que é inegável, basta ter como exemplo a Grande Pirâmide de Gizé. Mesmo depois de milênios, permanece em pé e com poucas cicatrizes do tempo. Sua imutabilidade incrível, como se sempre tivesse feito parte do deserto em que se encontra. Quanto ao Olho que Tudo Vê, eu o estilizei ao meu próprio ver. Na minha representação, é a noção de que existe muito além do que os olhos podem -ou conseguem- ver, o metafísico. Não de uma forma religiosa, mas como uma lição de ir além do óbvio, observar mais afundo, valorizar a sabedoria antes das aparências, sempre questionar, sempre manter a curiosidade e tomar isso como prioridade, mantendo esse ideal firme mesmo com intempéries da vida, como A Grande Pirâmide.


Às vezes me pergunto por que crio essas simbologias para coisas que são importantes pra mim. Eu realmente não sei como me responder a isso, acho que gosto de ser complicado e de transformar minha vida numa mitologia.